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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Conformes à Imagem de Cristo

Mas assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, pois está escrito: "Sejam santos, porque eu sou santo" 1Pe 1:15-16
O fato óbvio de que todos nós pecamos pode criar uma atmosfera de falsa segurança entre nós, levando-nos a aceitar com facilidade a idéia de que o pecado é tão comum que não devemos ser demasiado incomodado por ele para que não nos rendemos a nossa saúde mental a uma auto- depreciativo neurose. No entanto, em nosso desejo de nos consolar e manter uma boa auto-imagem, que pode empurrar para o queimador de volta o mandato de Deus: "Sede santos, como Eu sou santo".
Os cristãos evangélicos são mais vulneráveis a sucumbir a essa distorção. Destacamos o fato de que nossa justificação é somente pela fé e insistir para que a nossa justiça é encontrada somente em Cristo. Embora essas afirmações são verdadeiras, é igualmente verdade que a fé pela qual somos justificados é uma fé que produz frutos em nossas vidas. O slogan da Reforma foi a de que somos justificados somente pela fé, mas não por uma fé que está sozinho.
No instante que a fé verdadeira está presente no coração do crente, o processo de santificação começa. A mudança começa de uma vez. O cristão começa a ser conformes à imagem de Cristo. Estamos a tornar-se santo. Se não estamos a tornar-se santo, então, Cristo não está em nós e à nossa profissão de fé é vazia.


Depois desse momento de leitura e reflexão, ore a Deus pedindo que Ele possa está mudando tudo aquilo na sua vida que não esteja em conformidade com a Sua Palavra. 
Deus abençoe a sua vida a cada dia ter uma fé prática.
Naíla Lopes

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Mananciais no Deserto

Vai, disse-lhe Jesus; teu filho vive. O homem creu na palavra de Jesus, e partiu. (Jo4.50.)
 Orando, crede.
 (Mc 11.24.)

Quando um assunto requer oração específica, devemos orar, até estarmos seguros de que o assunto está nas mãos de Deus; até podermos, com sinceridade, dar-lhe graças pela resposta. Se a resposta aparentemente demorar, não devemos ficar orando como quem não crê que ela vem. Tal oração, em vez de servir de ajuda, será um obstáculo, pois, quando acabarmos de orar, veremos que a nossa fé se enfraqueceu ou até mesmo se foi.
O impulso que nos leva a fazer essa oração veio evidentemente de nós mesmos ou do inimigo. Se o Senhor está-nos fazendo esperar, pode não ser errado mencionarmos o assunto a Ele outra vez, mas façamo-lo como alguém que está crendo. Não oremos de tal modo a perder a fé, em vez de crescer na fé. Digamos ao Senhor que estamos esperando e crendo que Ele nos ouviu, e desde já, louvemo-lO pela resposta.
A própria fé é robustecida quando podemos dar graças pela resposta que já cremos que vamos receber. A oração que nos faz sair da fé nega tanto a promessa de Deus na Sua Palavra, como aquele "Sim" que Ele segredou ao nosso coração. Essas orações expressam a inquietação do coração, e inquietação resulta de incredulidade quanto à respos­ta. "Pois nós os que cremos entramos no repouso" (Hb 4.3).
É quando ficamos mais voltados para as dificuldades do que para as promessas de Deus, que muitas vezes nascem essas orações ansiosas. Vigiemos e oremos para não cairmos na tentação de orar assim. Abraão, "embora levasse em conta o seu próprio corpo já amorteci­do, não duvidou da promessa de Deus" (Rm 4.19,20).
Fé não é um sentido, nem vista, nem razão — é tomar a Deus na sua Palavra. — Evans
            O começo da ansiedade é o fim da fé, e o começo da fé é o fim da ansiedade. — Jorge Müller
"Visto que por tal caminho nunca passastes antes" (Js 3.4).
No meio de circunstâncias confortáveis a sua fé não vai crescer. Num momento a sós com Deus, Ele nos dá uma promessa e, com palavras grandiosas e cheias de graça, confirma uma aliança conosco. Põe-se, então, à distância para ver quanto nós cremos, e a seguir, permite que o tentador venha — ah, e a prova parece contradizer tudo o que Ele falou. É nessa hora que a fé ganha a coroa. É o momento de olharmos para cima através da tempestade e, do meio dos navegantes atemorizados, exclamar: "Eu confio em Deus, que sucederá do modo por que me foi dito".
Eu sei em quem tenho crido.
Ele criou céus e terra,
Me fez, e por mim se deu.

Por isso, rujam as águas,
No que me falou, espero.
Fiel é o que prometeu.
Extraído do livro "Mananciais no Deserto", 
Lettie Cowman, Ed. Betânia, 2007.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Mananciais no Deserto

Tira para fora as suas ovelhas. (Jo 10.4.)
           
Ah, esse é um trabalho penoso para Ele e para nós — é penoso para nós o sair, mas é geralmente penoso para Ele o causar-nos sofrimento; contudo, isso precisa ser feito. Não seria bom para o nosso verdadeiro bem-estar permanecer sempre numa situação feliz e cômoda. Por isso, Ele nos tira para fora. O redil fica vazio, para que as ovelhas possam vaguear pelos salutares flancos das monta­nhas. Os obreiros precisam ser atirados ao campo da colheita, de outra forma se perderão os preciosos grãos.
Tomemos alento! Se Ele nos tira da proteção do aprisco, é porque ficar dentro não seria o melhor; e se a amorosa mão do Senhor nos faz sair, é porque isso é bom. Em Seu nome, avancemos para os pastos verdes, para as águas tranqüilas e para os altos montes! Ele vai adiante.
O que quer que nos espere no caminho, Ele O encontrará primeiro. Os olhos da fé podem sempre discernir, à frente, a Sua majestosa presença; se não pudermos reconhecê-la, então é perigoso avançar. Guardemos no coração esta palavra de ânimo: o Salvador já experimentou todas as dificuldades que agora Ele nos pede para enfrentar; e não nos pediria para atravessá-las, se não estivesse certo de que não são difíceis demais para nós, nem estão além das nossas forças.
 Assim é a vida abençoada: não fica ansiosa por ver à distância ou preocupada com o próximo passo; não deseja escolher o caminho nem se sobrecarrega com as responsabilidades do futuro; mas vai calmamente seguindo atrás do Pastor, um passo por vez.

Eu vou andando com meu Pastor;
Passo por passo. Não vejo ao longe,
- Nem posso ver
Mas os caminhos a escolher
Meu Pastor sabe; e me dirige,
Passo por passo.

Tudo Ele sabe; tudo conhece;
Já palmilhou estes caminhos;
Pode valer-me. E vai à frente
Passo por passo.
Pra me atacar, todo inimigo
Terá primeiro de enfrentar
O meu Pastor. E Ele me guarda
Passo por passo.

Que temerei, o meu passado?
Seja por Ele achei perdão?
Quanto ao futuro,
Está guardado em Sua mão.
Quanto ao presente...
Eu vou andando com meu Pastor,
Passo por passo.

O pastor oriental ia sempre adiante das ovelhas. Qualquer ataque contra elas o tinha pela frente. Deus está adiante de nós. Ele está nos amanhãs. É o amanhã que enche os homens de pavor. Mas Deus já está lá. Todos os amanhãs da nossa vida têm que passar por Ele antes de chegarem até nós. — F. B. M.

Extraído do livro "Mananciais no Deserto"--
 Lettie Cowman, Ed. Betânia, 1999. 


Deus abençoe a sua vida!
Naíla Lopes

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Fontes Transcendentes de Ternura

Meditação sobre Deuteronômio 10.17-19


Pois o Senhor, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e temível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita suborno; que faz justiça ao órfão e a viúva e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e vestes. Amai, pois, o estrangeiro, porque fostes estrangeiros na terra do Egito.


A ternura de Deus para com os humildes está arraigada em sua auto-suficiência transcendente. Isto significa que aqueles que amam enaltecer a grandeza de Deus (o que todos deveriam fazer, de acordo com Salmos 40.16) precisam deleitar-se na ternura para com os humildes. Deus exalta a auto-suficiência transcendente por amar o órfão, a viúva e o estrangeiro.
Deus é Deus sobre todos os outros deuses. Ele é o Senhor sobre todos os senhores. Ele é o Senhor sobre todos os senhores. Ele é “grande”. É “poderoso”. É “temível”. Com base nesta grandeza, Moisés disse que Deus “não faz acepção de pessoas, nem aceita suborno”. Tudo isso enfatiza a auto-suficiência transcendente de Deus. Ele não aceita suborno, porque não tem motivo para aceitá-lo. Deus já possui todo dinheiro do universo, e controla o subornador. Ele está acima dos subornos como o sol está acima das velas ou como a beleza está acima dos espelhos.
Moisés também disse que Deus não faz acepção de pessoas. Ou seja, Ele não tenta conquistar o favor de alguém por meio de tratamento especial. Fazer acepção de pessoas é outro tipo de suborno, não com dinheiro, mas com tratamento privilegiado. Deus está acima disso, porque não precisa do favor dos outros. Se Ele quer que algo seja feito, não fica preso a estratégias coercitivas. Ele simplesmente o realiza. Fazer acepção de pessoas é o que você faz, quando não pode enfrentar as conseqüências da justiça. Mas Deus não é somente capaz de enfrentar essas conseqüências, Ele é a fonte de toda capacidade de enfrentá-las. Deus não depende de ninguém, além dEle mesmo. Ele é transcendentemente auto-suficiente.
Agora, temos a parte mais preciosa. Com base nessa auto-suficiência transcendente, Moisés disse que Deus “faz justiça ao órfão e a viúva e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e vestes”. Visto que Deus não pode ser subordinado pelo rico e não tem deficiências a serem remediadas por meio do favoritismo, Ele trabalha em favor daqueles que não se podem dar ao luxo de pagar subornos e que nada tem para atrair a parcialidade dEle—o órfão, a viúva e o estrangeiro. Esta é a razão por que eu disse que a ternura de Deus para com o humilde está arraigada em sua auto-suficiência transcendente.
Em seguida, temos a aplicação no versículo 19: “Amais, pois, o estrangeiro, porque fostes estrangeiros na terra do Egito”. Isto não deve ser feito por sermos transcendentemente auto-suficientes. Deve ser feito por sermos os benefícios da abundante plenitude transcendente de Deus. Visto que o nosso Deus transcendente age por nós e nos satisfaz consigo mesmo, podemos nos unir a Ele em condescendência. Esta é a razão para crermos que continuaremos a ser beneficiários, se não tentarmos subordiná-Lo com nossas obras ou exibir-nos para conquistar a predileção dEle. Se nos conhecermos como pessoas em condição de desamparo, semelhante à de uma viúva, de um órfão ou de um estrangeiro e dependermos da espontânea graça futura de um Salvador auto-suficiente,seremos amados para sempre. E, sendo amados dessa maneira, teremos poder e prazer em amar como somos amados.
Isto é o que está subentendido em Tiago 1.27: “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas atribulações”. Esta é a verdadeira religião, porque flui da auto-suficiência transcendente de Deus, é sustentada pela sua graça e ecoa para a sua glória. Isto não corresponde a fazer o bem socialmente. É uma evidencia da abundante provisão de Deus. Que Deus nos torne um povo cheio de ternura, para a glória de sua transcendente auto-suficiência!

John Piper
Pastor da Igreja Batista Bethlehem, em Minessota

Extraído de "Uma vida voltada para Deus" - John Piper, Ed. Fiel, 2007.


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Mananciais no Deserto

Eu seguirei guiando-as pouco a pouco, no passo do gado que me vai à frente... e no passo dos meninos. (Gn 33.14.)

Nós ainda não passamos por este caminho, mas o Senhor Jesus já passou. É um caminho ainda não palmilhado por nós, mas Ele o conhece todo por experiência pessoal. Os trechos íngremes que nos tiram o fôlego, os trechos pedregosos que nos magoam os pés, e outros escaldantes que nos deixam tão cansados, os rios turbulentos que temos de atravessar — por tudo isso Jesus já passou antes de nós.
Ele esteve "cansado da viagem". Não só algumas, mas todas as muitas águas passaram sobre ele; e não puderam apagar Seu amor. Ele é um guia perfeito, pelas coisas que padeceu. "Ele conhece a nossa estrutura, e lembra-se de que somos pó." Pense nisto, quando você for tentado a duvidar de que Ele o guia com bondade. Ele sabe de tudo, o tempo todo; e não vai fazer que você dê sequer um passo além do que os seus pés agüentam. Não se importe se acha que não será capaz de dar o próximo passo, pois, ou Ele lhe dará a força necessária para dá-lo, ou ordenará uma parada, e você não o terá que dar. — Frances Ridley Havergal
Que bonito este quadro do cuidado de Jacó para com o gado e as crianças. Não os deixaria cansarem-se demais por um dia sequer. Não iria conduzi-los segundo a rapidez dos passos de um homem forte como Esaú, mas só de acordo com o que eram capazes de suportar. Ele sabia exatamente a distância que agüentariam percor­rer num dia; e foi só o que levou em conta ao programar as caminhadas. Ele havia percorrido os mesmos caminhos desertos, tempos atrás, e conhecia por experiência as suas asperezas, calor e extensão. Por isso disse:
"Eu seguirei guiando-as pouco a pouco."
Tudo são flores?
E pastos verdes?
Sabes que não.
Nem sempre.

Mas a promessa diz fielmente
Que nada te faltará.
Por que temores?
O Mestre falha?

Eu sei que não.
Não falha.
Que tudo mude, tenho a promessa
De que Ele comigo está.

Lettie Cowman

Extraído de "Mananciais no Deserto" – Lettie Cowman, Ed. Betânia, 1999.


quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

As Misericórdias de Hoje Para os Problemas de Hoje

Meditação sobre Mateus 6.34

“Não fiquem ansiosos a respeito do amanhã, porque o amanhã trará suas próprias ansiedades. Para hoje, é suficiente o seu próprio problema.”
(Tradução do autor.)

Uma parte da fé salvadora é a segurança de que amanhã teremos fé. Confiar em Cristo hoje inclui o crer que Ele lhe dará a confiança de amanhã, quando o amanhã chegar. Com freqüência, sentimos que nossa reserva de forças não será suficiente para mais um dia. E, de fato, não será. Os recursos de hoje são para hoje; e uma parte desses recursos é a confiança de que novos recursos nos serão dados amanhã.
O alicerce desta segurança é o maravilhoso ensino bíblico de que Deus determina para cada dia apenas a quantidade de problemas que este dia é capaz de suportar. Em nenhum dia, Deus permitirá que seus filhos sejam provados além do que a sua misericórdia para aquele dia suportará. Isso foi o que Paulo quis dizer em 1 Coríntios 10.13:
“Nenhuma prova lhes tem sobrevindo, que não seja comum ao homem. Deus é fiel, e não permitirá que sejam provados além do que são capazes de agüentar, mas, com a prova, Ele também dará o meio de escape, para que possam suportá-la” (tradução do autor).
O antigo hino sueco “Dia a Dia” é baseado em Deuteronômio 33.25: “ A tua força será como os teus dias (ARC)”. O hino nos dá a mesma segurança:
Dia a dia e a cada momento que passa,
Acho forças para enfrentar minha provação,
Confiando na sábia outorga de meu Pai,
Não tenho motivo para temor ou inquietação.
A sábia outorga de meu Pai é equivalente à quantidade de problemas que podemos suportar a cada dia—e nenhum problema a mais:


Ele, cujo coração é imensurávelmente bom,
Com amor, dá a sua parte de prazer e dor,
E, a cada dia, o que julga o melhor dom
Mesclando com paz e descanso e intenso labor.

Juntamente com a medida de dor para cada dia, Ele nos dá novas misericórdias. Este é o argumento de Lamentações 3.22-23: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não tem fim; renovam-se a cada manhã. Grande é a tua fidelidade”.
As misericórdias de Deus são novas cada manhã, porque existem misericórdias suficientes para cada dia. É por isso que tendemos a entrar em desespero, quando pensamos que talvez possamos ou tenhamos de levar os fardos de amanhã com os recursos de hoje. Deus deseja que estejamos cientes de que não podemos. As misericórdias de hoje são para os problemas de hoje; as de amanhã, para os problemas de amanhã.
Às vezes, nos perguntamos se teremos misericórdia para permanecermos firmes em provas terríveis. Sim, teremos. Pedro disse: “Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória se manifesta. Aconteceu com Estevão, quando ele estava sendo apedrejado (At 7.55-66). Acontecerá com você. Quando o Espírito e a glória são necessários, eles surgem.
O maná no deserto foi dado uma vez por dia. Não havia armazenagem de maná. Essa é a maneira como temos de depender da misericórdia de Deus. Você não recebe hoje a força para levar os fardos de amanhã. Recebe misericórdias hoje para os problemas de hoje. Amanhã, as misericórdias serão renovadas. “Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor” (1 Co 1.9). “Fiel é o que vos chama, Ele também agirá!” (1Ts 5.24—tradução do autor.)

 John Piper
 Pastor da Igreja Batista Bethlehem, em Minessota 

Extraído de "Uma vida voltada para Deus" - John Piper, Ed. Fiel, 2007.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Senhor, além de ti não há quem possa socorrer. (2 Cr 14.11.)


Lembremos ao Senhor a inteira responsabilidade dEle: "Além de ti não há quem possa socorrer". As desvantagens de Asa eram enormes. Vinham contra ele um milhão de homens, além de trezentos carros. Parecia impossível manter-se de pé contra aquela multidão. Não havia aliados que pudessem vir auxiliá-lo. Sua única esperança, portanto, estava em Deus. Às vezes Deus permite que as nossas dificuldades cheguem a um tal ponto, que sejamos levados a renunciar a qualquer auxílio humano — a que tenhamos recorrido em provações menos duras — e a buscar de novo o Amigo todo-poderoso.

            Ponhamos o Senhor entre nós e o inimigo. Para a fé de Asa, era como se Jeová estivesse de pé entre ele — que não tinha forças — e o poderio de Zerá. E não estava enganado. Lemos que os etíopes foram destruídos diante do Senhor e diante do seu exército — como se combatentes celestes estivessem lutando por Israel contra o inimigo e pondo em fuga seu grande exército; de modo que Israel só teve de segui-lo e tomar os despojos. Nosso Deus é Jeová dos exércitos, que, para ajudar Seu povo, pode a qualquer momento convocar reforços inesperados. Creiamos que Ele está ali, entre nós e a dificuldade, creiamos, e então aquilo que está-nos perturbando fugirá diante d’Ele como fogem as nuvens ante o vento forte. — F. B. Meyer.

            Por fé, e não por vista. Abraão creu, e disse à vista: "Sai do caminho!"; e às leis da natureza: "Calai-vos!"; e a um coração apreensivo: "Aquieta-te, enganoso tentador!" Ele creu em Deus. — J.P.

Senhor, interpõe-Te entre mim e o inimigo;
Eu vejo que em mim não há forças.
É Tua a peleja.
Combate por mim.
Espero na Tua vitória.

Senhor, interpõe-Te entre mim e este mundo,
A vida se torna difícil! Não pertenço mais a ele.
Tu és meu refúgio.
Assiste-me.
Vive por mim!

Senhor, interpõe-Te entre mim e o que é lícito.
Eu quero que estejas no centro.
Que rejas em tudo e me dês equilíbrio.
Expande em meu ser Tua vida.
            Amém.


segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Graça Futura


A gratidão é uma emoção saudável para a adoração, mas é um motivo perigoso para a obediência. Somos ordenados em termos explícitos a sermos agradecidos: “Seja a paz de Cristo o arbitro em vosso coração e sede agradecidos” (Cl 3.15).
“Em tudo daí graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1 Ts 5.18). Como podemos não ser agradecidos quando devemos tudo a Deus?
            Mas, no que concerne à obediência, a gratidão é um motivo perigoso. Tende a se expressar em termos de dívida- ou no que às vezes chamo de ética de devedor. Por exemplo: “Veja o quanto Deus tem feito por você. Motivado por gratidão, você não deveria fazer muito por Ele?” Ou: “Devemos a Deus tudo o que temos e somos. O que temos feito por Ele, em retribuição?”
            Encontro, pelo menos, três problemas nesse tipo de motivação. Primeiro, é impossível pagarmos a Deus por toda a graça que Ele nos tem dado. Não podemos nem mesmo começar a pagar-Lhe, visto que Romanos 11.35-36 afirma: “Quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído? [Resposta: ninguém.] Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente”. Não podemos restituir a Deus porque Ele já possui tudo o que temos para lhe dar.
            Segundo, ainda que fossemos bem-sucedidos em compensar a Deus por todas as suas graças para conosco, seríamos bem-sucedidos, apenas em tornar a graça uma transação comercial. Se pudéssemos pagar-Lhe, a graça não seria graça. “Ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida” (Rm 4.4). Se tentássemos negociar com Deus, anularíamos a graça. Se os amigos tentam mostrar-lhe um favor especial, de amor, convidando-o para  jantar, e, ao fim da noite você diz que os recompensará, recebendo-os na próxima semana, você anula a graça de seus amigos e a transforma em comércio. Deus não gosta de ter sua graça anulada. Ele gosta de tê-la glorificada (Ef. 1.6,12,14).
            Terceiro, focalizar a gratidão como um elemento que capacita a obediência tende a menosprezar a importância crucial da graça futura. A gratidão olha para trás, contempla a graça recebida e sente-se grata. A fé olha adiante, vê a graça prometida para o futuro e sente esperança. “A fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem” (Hb11.11).
            A fé na graça futura é o poder para a obediência que preserva a agradável qualidade da obediência humana. A obediência não consiste em recompensar a Deus e, assim tornar a graça em comércio. A obediência resulta da confiança de que Deus nos dará mais graça—graça futura—e esta confiança magnifica os infinitos recursos do amor e do poder de Deus. “Trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo” (1Co 15.10). A graça que capacitou Paulo a trabalhar muito, em uma vida de obediência, consistia na chegada diária de novos suprimentos de graça. É nisto que a fé confia—a contínua chegada de graça. A fé contempla promessas como: “ O Senhor, teu Deus é contigo por onde quer que andares” (Js 1.9) e, nessa confiança, a fé se aventura, em obediência, a tomar a promessa.
            O papel bíblico da graça passada—especialmente a cruz—é garantir a certeza de graça futura: “Aquele que não poupou o seu próprio filho, antes por todos nós o entregou [graça passada], porventura não nos dará graciosamente com ele todas as coisas [graça futura]?” (Rm 8.32) Confiar na graça futura é a força que capacita a obediência. Quanto mais confiamos na graça futura, tanto mais damos a Deus a oportunidade de mostrar, em nossa vida, a glória de sua inesgotável graça. Portanto, aproprie-se da promessa de graça futura e, com base nessa promessa, pratique um ato de obediência radical. Deus será poderosamente honrado.

 John Piper
 Pastor da Igreja Batista Bethlehem, em Minessota 

Extraído de "Uma vida voltada para Deus" - John Piper, Ed. Fiel, 2007.